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A vacina e a gratidão

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Não, não aprendemos
07/12/2020
O inferno não tem fogo; só água e cloro
29/01/2021
Publicado por Carol Zerbato em 08/01/2021
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Em 1974, um banco de sangue americano criou, no oeste africano, um grande laboratório a céu aberto para fazer experimentos com diversos tipos de vírus em chimpanzés silvestres.

Os animais foram infectados com doenças como a hepatite, para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos.

Em 2005, com o fim das pesquisas, os primatas foram encaminhados e distribuídos entre seis ilhas fluviais. A empresa garantiu que cuidaria dos chimpanzés, doentes e impossibilitados de se alimentarem sozinhos; 10 anos depois, cancelou a assistência e deixou 85 primatas abandonados à própria sorte e sem rota de fuga – não são bons nadadores, portanto, sair da ilha não era uma possibilidade.

Depois de 30 mortes estimadas, a ajuda chegou por meio de primatologistas e ativistas, e até de ex-funcionários do laboratório americano que se eximiu de sua responsabilidade, alegando que “já não era sustentável desviar milhões de dólares de sua função de salvar vidas”.

Como todo ingrato, o centro de pesquisas só esqueceu de mencionar que foram as experiências com os chimpanzés que possibilitaram a criação de vacinas e outros tratamentos para salvar essas vidas.

Incansavelmente, desde o início da pandemia do novo coronavírus, foram entrevistas e mais entrevistas de cientistas, pesquisadores e representantes de laboratórios pontuando a fase de testes em animais da vacina que tiraria o mundo da pandemia que nós mesmos criamos, desrespeitando os limites entre a vida humana e a silvestre.

Lembro de ter assistido, numa determinada manhã, à uma reportagem com o diretor geral de negócios de um hospital em Nova York, um dos mais antigos dos EUA e mundialmente reconhecido pela cultura de inovação e descobertas científicas.

Ao ser questionado sobre a vacina contra a COVID, o entrevistado explicou o complexo processo de produção do imunizante, incluindo, em tom de normalidade, a ressalva de que, antes de ser aplicada em seres humanos, teria que ser testada em animais.

O debate é complexo, extenso e mundial. Entretanto, não cala a realidade: inúmeros animais sofrem e ainda vão sofrer para tentar salvar as nossas vidas – organizações estimam que 115 milhões de bichos são usados em testes de laboratório por ano em todo o mundo. E é compreensível achar necessário, mas não é admissível achar normal.

Chegamos a 2021 e temos a vacina contra o coronavírus. Entre os agradecimentos a instituições e profissionais, que sejamos gratos também a todos os animais que, como os chimpanzés do início deste texto, nunca mais vão ter a mesma vida para que a gente possa ter a nossa de volta.

Com informações de reportagem publicada pela BBC, 2016.

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Carol Zerbato
Carol Zerbato
Comunicóloga e ativista.

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CAROL

Comunicóloga, Carol é revisora, palestrante e autora do livro "Ativismo Consciente: A importância da Inteligência Emocional da Causa Animal". É mãe de três filhos: Rachel, a mais velha, uma labralata; Deloris, a do meio, uma gata vira-lata; e Ben, o caçula, um humano.

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