O momento é de introspecção e reflexão, principalmente sobre a maneira como lidamos e nos preocupamos com o próximo, o que inclui – ou pelo menos deveria incluir – espécies diferentes de nós. Prepare seu coração e sua mente antes de assistir, porque a tomada de consciência provocada por cada documentário abaixo é tão cruel quanto a maneira com a qual tratamos os animais.
1. Blackfish
De 2013 e disponível na Amazon Prime Video, o documentário conta a história de Tilikum, orca capturada da natureza aos dois anos de idade e explorada por diversos parques marinhos até sua morte, em 2017, aos 36 – aproximadamente, 24 anos antes de sua expectativa de vida na natureza.
No entanto e injustamente, Tilikum é mais conhecido como a orca que matou a própria treinadora, quando atacou a adestradora de animais Dawn Brancheau durante um show em 2010, do que pelos maus-tratos que sofreu: quando jovem, porém já mais robusto que as outras orcas, ainda no extinto parque Sealand, cujos tanques eram cercados por redes e não feitos de concreto, ele era trancado em um container praticamente do seu tamanho para não fugir para o mar durante a noite.
Blackfish foi, literalmente, um divisor de águas na luta pelos direitos dos cetáceos explorados pela indústria do entretenimento. Não recomendado para menores de 12 anos.
De 2009 e disponível no YouTube, o documentário denuncia a caça aos golfinhos que acontece anualmente no Taiji, Japão – até então desconhecida pela maioria dos próprios japoneses.
Clãs inteiros de animais são acuados em uma baía: parte é capturada para abastecer a indústria do entretenimento, parte é morta para abastecer a indústria da carne.
A caça acontece até hoje e é incansavelmente denunciada pelo Dolphin Project, organização sem fins lucrativos do ativista Richard O’Barry, que não só participa, como foi parte fundamental para a realização das filmagens.
The Cove é um marco na história dos direitos dos animais e ganhou o Oscar de melhor documentário em 2010. Não recomendado para menores de 14 anos.
De 2017 e disponível na Netflix, o documentário conta a história da primatologista, cientista, antropóloga e ativista Jane Goodall, que, quando começou a se destacar por seus estudos de campo no Parque Nacional de Gombe, na Tanzânia, não foi bem aceita pela comunidade científica.
Por ser jovem e mulher, era comum ser estereotipada pela mídia. Na época, em uma matéria da Associated Press sobre suas pesquisas, chegou a ser retratada como “loura esguia com mais tempo para macacos do que para homens”.
Com depoimentos e imagens inéditas de Jane, o documentário mostra como ela desafiou a comunidade científica quando se negou a chamar os animais que observava por números, batizando-os com nomes próprios em seus relatos; como passou pelas incertezas que permeiam a combinação entre maternidade e carreira; e como enfrentou a pressão social por não abandonar suas pesquisas e acompanhar o então marido em seu novo emprego em outro país.
Hoje, aos 85 anos, Jane é reconhecida mundialmente como a cientista que revolucionou a primatologia, mudando definitivamente a maneira como entendemos a relação entre os primatas e os humanos. Não recomendado para menores de 10 anos.
De 2015 e disponível na Netflix, o documentário denuncia a exploração e expõe o sofrimento de animais marinhos capturados da natureza para find de entretenimento sob o dilema de 18 baleias-brancas confinadas há anos em cativeiro.
Revelador e comovente, é indicado principalmente para quem tem vontade ou já cogitou ir a um parque marinho assistir a shows com animais: não há como não desistir da ideia. Não recomendado para menores de 12 anos.
De 2015 e disponível na Netflix, o documentário conta a história de Tyke – uma elefanta africana explorada pelo Circo Internacional de Honolulu, morta com 86 tiros em 20 de agosto de 1994, depois de atacar seu treinador e fugir pelas ruas em direção ao centro da cidade.
Ela se tornou um dos símbolos da luta pelos direitos dos animais explorados pela indústria do entretenimento: após a tragédia, estados de diversos países, inclusive do Brasil, aprovaram leis proibindo o uso de animais em espetáculos circenses. Não recomendado para menores de 12 anos.
Publicação original no Blog Petiko.