“Meena é um dos dez elefantes do Maetaman. Para ser exata, ela é pintora. Duas vezes por dia, diante de multidões de visitantes tagarelas, Kongkhaw põe um pincel na ponta da tromba de Meena e pressiona sua face com um prego de aço para direcionar as pinceladas enquanto ela arrasta cores primárias pelo papel. As pinturas são vendidas a turistas”.
O trecho é da matéria publicada pela National Geographic Brasil em junho deste ano.
Meena é uma prova viva e dolorosa de que a indústria do entretenimento com animais selvagens não explora só animais selvagens.
Porque o segmento é metodicamente estruturado para que você, seus amigos, sua família, e até seus influenciadores digitais acreditem que o passeio também é divertido para os animais.
A empresa proprietária de Meena, por exemplo, tem até uma outra atração, cujo conceito é “onde os elefantes estão em boas mãos”, incansavelmente elogiada por turistas por poderem ver os animais livres.
O que ninguém sabe é que os elefantes “livres” são os mesmos da atração pela qual Meena é explorada – são apenas deslocados durante o dia para outro papel. As duas marcas são da mesma empresa.
P.T. Barnum, o precursor do showbiz que inventou o circo com animais no modelo de negócio que conhecemos hoje e sobre quem discuto no Ativismo Consciente, depois de empalhar um elefante morto e continuar apresentando-o ao público como se estivesse vivo, teria dito ao então arqueólogo George Hull:
“Nasce um trouxa a cada minuto.”
A melhor maneira de provarmos que ele estava errado é não nos comportarmos como tal.