Fotos: Dolphin Project
Esta é Honey.
Foi brutalmente retirada da natureza em 2005, no Taiji, Japão – onde, no início deste mês, começou uma nova temporada de captura de golfinhos.Golfinhos que teriam o mesmo destino de Honey se não fosse o fato de ela não estar vivendo em um aquário: ela foi abandonada nele.
O Inubosaki Marine Park Aquarium, na cidade de Choshi, a leste de Tóquio, está fechado desde janeiro deste ano por conta da diminuição da frequência e do número de visitantes, ou seja, as pessoas simplesmente pararam de comprar os ingressos e de financiar uma indústria cruel e ilógica.
Depois de ser capturada, vendida, transportada e tratada como um produto desde então, Honey permanece no aquário. Sozinha, em um tanque raso, sujo e sem sombra.
“Por duas horas, Honey flutuou sozinha em um canto de seu tanque raso e sem sombra. A propriedade foi abandonada e suja. Um carro estava no estacionamento, e apenas uma pessoa foi vista, provavelmente um treinador. Havia uma estação de TV presente, tentando conseguir uma entrevista, mas parece que eles não tiveram acesso a Honey”, disse um observador.
Ric O’Barry’s Dolphin Project está trabalhando com grupos de ativistas japoneses, tentando buscar uma solução pra Honey – elaborando, inclusive, uma proposta formal de avaliação e reabilitação pra possível libertação ou aposentadoria em um santuário.Solturas de golfinhos em situação semelhante a de Honey já foram realizadas com sucesso nos Estados Unidos, na Coréia do Sul, no Haiti, na Guatemala, na Nicarágua, na Colômbia e aqui, no Brasil – quando, em 1993, o último golfinho em cativeiro do país, que vivia no Aquário de Santos, foi libertado por O’Barry em parceria com a ARCA Brasil.
Agora, se o abandono de Honey é mais um recurso de manipulação da indústria do entretenimento pra que o público volte a sustentar a exploração desses animais, um recado pra quem teve a ideia:
O que era a chance de um modelo de negócio falido se tornar exemplo de representatividade de uma nova consciência acaba de virar símbolo de que o cativeiro sempre pode ser pior.