Foto: PETA (People for the Ethical Treatment of Animals)
Fui fazer a unha.
Estava escolhendo o esmalte e esbarrei em um lindo vermelho de uma das melhores marcas do mercado sob o ponto de vista humano. E uma das piores pros animais.
– Passa esse, é maravilhoso!
Disse que eu não usava nada daquela marca, porque os produtos eram testados em animais.
O salão inteiro se voltou pra mim com cara de interrogação – acho que mais por eu não ser uma pessoa muito discreta na hora de me manifestar do que pelo motivo que eu estava me manifestando.
Expliquei que boa parte dos cosméticos, antes de serem aprovados pra consumo humano, eram testados em animais como ratos, coelhos e cães beagles. Sendo que esse último nem é escolhido aleatoriamente: a raça é a mais popular na indústria por sua capacidade de perdoar. Ou seja, os cães são submetidos a reações adversas, dor e cativeiro, e ainda assim não costumam se virar contra seus algozes. Nos EUA, inclusive, existem canis que criam beagles exclusivamente pra abastecer laboratórios.
Inúmeras marcas ainda testam em animais. Algumas, não testam o produto final, mas testam os ingredientes. E, dentro desses dois grupos, existem as que estão tentando evoluir e as que não estão nem aí – sem pretensão ou previsão de parar.
Às vezes, a gente, na ansiedade de se fazer entender, acaba começando a construir a casa pelo telhado. Não dá pra apontar o dedo na cara das pessoas e ordenar com a empáfia do ser mais evoluído do universo que elas consumam produtos livres de crueldade se elas nem sabem que crueldade é essa.
Todos ainda ficaram me olhando meio torto, se perguntando e me perguntando em que um esmalte vermelho tão lindo poderia prejudicar um animal.
Mas acho que esta foto divulgada hoje pela PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) explica melhor do que eu.
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