“Ele pode esperar anos para te matar e fará se quiser.”
A frase é de uma especialista em comportamento de elefantes mantidos em cativeiro, sobre como acreditamos estar no controle.
Somos tolos.
E segregadores.
Segregamos quando desmatamos a fonte de subsistência de outros povos e espécies.
Segregamos quando, de maneira egoísta e irresponsável, trazemos à excentricidade ao prato, desequilibrando ainda mais a nossa relação com os recursos naturais, e criamos uma pandemia que deixa o mundo de pratos vazios.
Segregamos quando o desperdício de água aumenta pelo terceiro ano consecutivo enquanto 40 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável.
Mas nada disso inspira ser urgente. É o tipo de segregação que a horta do nosso apartamento ou a água que sai quentinha do nosso chuveiro elétrico não nos permite sentir.
A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que, já em 2025, mais da metade da população mundial sofrerá escassez de água.
O que, bem como diz o livro Espiritismo e Ecologia, não é um castigo divino ou algo de qualquer ordem mística; é só uma consequência das nossas escolhas.
Como seres humanos, escolhemos não cuidar.
Nem do planeta, nem do filho da empregada.
E, parafraseando Deus no filme A Cabana, a vida só parece mundanamente impune.
Porque o pecado é a própria penitência.