Eu mesma já me flagrei adjetivando a adoção de animais idosos ou com alguma deficiência como “especial”.
Mas, pare para pensar: todos nós temos necessidades especiais e peculiares.
Uma das minhas primeiras experiências na publicidade não foi no segmento pet.
Foi em um Instituto carioca, que trabalha arduamente até hoje pela inclusão social de pessoas com Síndrome de Down, sob o conceito Ser diferente é normal.
A frase não só me marcou na época, como me acompanha até hoje. E cabe perfeitamente na adoção de animais considerados especiais.
O que ficou muito mais claro ainda para mim quando conheci a Mocinha, uma vira-lata adotada por um casal de amigos quando estava prestes a ser sacrificada.
Um ano após sua chegada, uma misteriosa doença degenerativa se manifestou.
Aos poucos, Mocinha foi perdendo os movimentos das patas dianteiras e, logo depois, das traseiras.
A tetraplegia poderia levar à eutanásia. Mas, para os tutores da Mocinha, nunca foi uma opção.
Ela viveu bem e muito mais tempo do que qualquer um acreditava ser possível viver. E se tornou um exemplo na luta pelos direitos dos animais com deficiência.
Cuidar de um animal considerado especial exige as mesmas adaptações que a vida nos exige o tempo todo.
Isso inclui: responsabilidade, comprometimento e paciência para lidar com as adversidades, as mudanças, as surpresas.
Claro que não devemos minimizar a importância da decisão em adotar um animal que vai precisar, sim, e muito, do nosso tempo e dedicação.
Mas também não devemos tratar tal adversidade como um problema maior do que realmente é.
Adaptações
Se estiver disposto a dar uma segunda chance para um animal considerado especial, existem meios de tornar o processo de adaptação mais fácil para ele e para a família.
Por isso, procure saber:
• Em caso de deficiência, descubra se é progressiva ou já está consolidada;
• Em caso de idade avançada, tenha em mente que acontecerá com o animal o mesmo que acontece aos seres humanos: quanto mais velhos ficamos, mais cuidados precisamos;
• Avalie as mudanças que você precisará fazer na sua rotina, como tempo extra para passear ou ajustes na casa;
• Como: realocar móveis e objetos no caso de animais com deficiência visual, por exemplo.
No entanto, por mais que você se baseie em motivos racionais, acredite: não há nada que sustentará mais a sua decisão do que o amor.
E lembre-se: ser diferente é normal. <3
Publicação original no Blog Petiko: