Foi a pergunta que mais ouvi neste ano.
A resposta pode parecer simples, mas, acredite: em tempos em que o respeito pelas escolhas do outro é sujeito oculto ou inexistente, nada é tão óbvio quanto parece. Nem coerente.
Você, que julga a minha causa, cumprimenta a recepcionista do prédio onde você trabalha quando passa por ela todos os dias?
Porque eu, que ajudo os animais, jogo beijos pra recepcionista todos os dias – e quem me conhece sabe bem que é verdade.
Você, que julga a minha causa, diz bom dia pros seus colegas de trabalho?
Porque eu, que ajudo os animais, mantenho esse hábito diário.
Você, que julga minha causa, agradece quando um desconhecido segura a porta do elevador?
Porque eu, que ajudo os animais, faço isso sempre.
Deixemos o cotidiano de lado e vamos à luta – propriamente dita.
Quando você, que pergunta por que eu não ajudo uma criança, vê uma em um semáforo sendo explorada por seus tutores, você denuncia?
Porque eu, que sou julgada por você, sempre que presencio a venda ilegal de filhotes em via pública, fico pendurada por uma hora no telefone e denuncio.
Quando você, que pergunta por que eu não ajudo uma criança, vai comprar um acessório de moda, se preocupa se aquele produto provém do trabalho escravo infantil?
Porque eu, que sou julgada por você, quando vou comprar um cosmético, me preocupo em ler o rótulo para saber se aquele produto foi ou não testado em animais.
Quando você, que pergunta por que eu não ajudo uma criança, é abordado por uma desconhecida que pede um lanche, você paga sem pensar ou para pra pensar?
Porque eu, que sou julgada por você, não penso se um cão, um gato ou uma orca merece ou não a minha luta.
Antes de apontar o dedo pra minha luta, repense como você lida com a sua.
A propósito, ao invés de investir seu tempo em julgar a minha causa…
Por que você não ajuda uma criança?