Johnny já é um velho golfinho.
Foi capturado da natureza ainda jovem, no mar de Java, na Indonésia.
Viveu por anos isolado em uma piscina rasa no Melka Excelsior Hotel, ao norte de Bali, também na Indonésia.
É isso mesmo que você leu: numa piscina de hotel.
Era forçado a nadar com turistas e se apresentar para os hóspedes. O cloro e os produtos químicos em excesso para que a água da piscina parecesse sempre limpa aos olhos do público pagante prejudicaram a visão de Johnny. Ficou cego. Ele também não tem mais nenhum dente. Sua nadadeira peitoral direita sofreu danos permanentes.
Em outubro de 2019, criticamente abaixo do peso, foi resgatado e encaminhado para o Centro de Reabilitação, Libertação e Aposentadoria Umah Lumba, um ambiente seguro e curativo em West Bali, na Indonésia, criado no mesmo ano e mantido pela organização americana Dolphin Project – que atua há mais de 50 anos reabilitando golfinhos cativos explorados pela indústria do entretenimento com animais selvagens e educando o público sobre a crueldade desses shows e interações.
Johnny ganhou peso, se alimenta de peixe fresco e passa a maior parte do dia explorando o cercado marinho, aproveitando os movimentos e os sons naturais do oceano.
Para arcar com os cuidados de Johnny e de mais dois resgatados, o Centro criou o programa Adote um Golfinho. A doação mínima recomendada é de US$ 25 para receber um certificado de adoção personalizado e atualizações trimestrais sobre o golfinho adotado.
No entanto, por conta da crise sanitária e econômica que estamos enfrentando (no caso do Brasil, como para gente a quantia é mais significativa por causa da conversão de moeda, fui acompanhando a cotação para concluir), o sistema aceita doações a partir de US$ 1.
O que fizemos com o passado dele não tem preço. Mas todo e qualquer valor contribui pra que ele tenha um presente e um futuro dignos. Vida nova, feliz e longa a você, Johnny.