Abro o jornal e dou de cara com a notícia:
“Conheça Wikie, a primeira baleia assassina falante do mundo.”
Wikie é uma das 4 orcas mantidas em cativeiro no Marineland Antibes, na França. É parte da última geração de baleias nascidas no programa de reprodução do parque, suspenso em 2017, e é assim que ela passa os dias em seu tanque – como nesta imagem capturada pelo documentário Inside The Tanks, lançado no ano passado.
A matéria trata de um “experimento que demonstra a capacidade das orcas de imitar palavras humanas”. Nem quero pensar em como Wikie foi treinada para conseguir isso, mas livros como “Behind The Dolphin Smile”, “Beneath the Surface” e “Death at SeaWorld”, entre tantos outros, já disponibilizam informações bem completas sobre a capacidade de comunicação da espécie – inclusive, explicam também a etimologia do termo “baleia assassina”, usado erroneamente desde que foi criado por antigos pescadores da Islândia quando presenciaram uma orca transiente da região capturando uma foca.
Bom, se o objetivo não era provar que as orcas se comunicam melhor que a gente – porque isso está mais que óbvio para a ciência, não entendi o propósito.
Ah, não. Espera. Entendi, sim.
Imagine que incrível para um modelo de negócio ultrapassado, cruel e falido ter uma baleia que fala?!
Uma baleia que fala! Não é muito legal?
A não ser que você tenha menos de 7 anos ou seja tão carente que precise de uma baleia para conversar, não.
Publicação original na ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais: